Manter uma rotina periódica de consultas e exames é fundamental para prevenir e tratar doenças. No entanto, mesmo cientes dessa necessidade, algumas pessoas manifestam relutância, sentem-se ansiosas ou desconfortáveis ao marcar consultas médicas, antecipam preocupações em relação a diagnósticos e procedimentos. Não raramente, durante a consulta, apresentam crises de ansiedade, alterações nos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, a chamada “síndrome do jaleco branco”. A resistência em buscar ajuda médica pode surgir do medo do desconhecido e estar associada a diversos fatores, como o receio de descobrir uma doença, a sensação de vulnerabilidade, e questões sociais, como sentimentos de inferioridade em relação a médicos, que podem ser vistos como “figuras de autoridade”. Pode, ainda, ter origem em experiências traumáticas relacionadas ao ambiente médico, especialmente na infância.
Embora essa relutância não esteja diretamente ligada ao gênero, em geral homens são mais inflexíveis quando se trata de cuidar da saúde. Um dos motivos aventados para isso é o fato de muitos terem sido ensinados a “não demonstrar fraqueza”, associando o autocuidado a uma suposta diminuição da masculinidade. O tratamento da iatrofobia pode ser difícil exatamente pela relutância em procurar ajuda; falar abertamente com os médicos sobre essa dificuldade é um passo importante, mas isso requer um relacionamento empático e de acolhimento. A psicoterapia tem papel fundamental, pois ajuda a identificar as causas e a desenvolver estratégias de enfrentamento das fobias.
