
A “linguagem infantilizada”, também conhecida como elderspeak, é caracterizada pelo uso de diminutivos, entonação excessivamente doce e uma simplificação exagerada do discurso, como se o interlocutor fosse uma criança.
Embora algumas pessoas adotem esse estilo de fala como uma forma de demonstrar afeto ou cuidado, estudos mostram que ele pode ser prejudicial — especialmente para idosos com transtornos cognitivos.
De acordo com a pesquisa “Elderspeak’s Influence on Resistiveness to Care”, conduzida por Ruth E. Herman e Kristine Williams, o uso do elderspeak pode provocar sentimentos de inferiorização nos idosos, reduzindo sua autoestima e reforçando estereótipos de incapacidade. Esses efeitos podem aumentar a resistência aos cuidados, sobretudo em pessoas com demência.
Por isso, é essencial que cuidadores adotem uma comunicação respeitosa, clara e estratégica, valorizando a individualidade da pessoa idosa. Isso contribui para uma relação mais colaborativa e para a redução de comportamentos desafiadores durante os cuidados.
Referência:
Herman, R. E., & Williams, K. N. (2009). Elderspeak’s influence on resistiveness to care: Focus on behavioral events. American Journal of Alzheimer’s Disease & Other Dementias, 24(5), 417–423. https://doi.org/10.1177/1533317509342949