
Uma pesquisa da Unicamp pode mudar os rumos dos estudos sobre esquizofrenia.
Segundo os pesquisadores, há um possível elo entre a proteína hnRNP A1 e o desenvolvimento da esquizofrenia.
A hnRNP A1 atua na produção da mielina, substância que reveste os neurônios e garante a transmissão dos impulsos nervosos. Quando essa proteína está desregulada, faz com que o cérebro se desenvolva de forma atípica. Isso pode ocorrer ainda durante a gestação, sem manifestar sintomas aparentes por anos. Os primeiros sinais do transtorno podem se apresentar na adolescência ou início da vida adulta.
O estudo utilizou camundongos para chegar aos resultados. Ao inibir a hnRNP A1, os pesquisadores observaram falhas na reconstrução da mielina, reforçando a hipótese de que essa proteína tem papel crucial na manutenção da saúde neuronal.
A descoberta, publicada no Journal of Neurochemistry, aponta um passo importante na busca por tratamentos mais eficazes. Além disso, esse estudo coloca a ciência brasileira em posição de destaque no campo da neurociência.
Referência:
Brandão-Teles, C., Crunfli, F., Zuccoli, G. S., Nakaya, H. I., & Martins-de-Souza, D. (2025). Impacts of hnRNP A1 Splicing Inhibition on the Brain Remyelination Proteome. Journal of Neurochemistry. https://doi.org/10.1111/jnc.16304