
Casos recentes envolvendo professores reacenderam um alerta importante: o abuso contra crianças e adolescentes pode acontecer nos lugares mais inesperados — inclusive onde elas deveriam estar seguras. Estimativas internacionais indicam que uma em cada quatro meninas e um em cada treze meninos sofre algum tipo de abuso antes dos 18 anos, e, no Brasil, muitos desses episódios nunca chegam a ser denunciados.
Reconhecer sinais precoces faz diferença. Mudanças bruscas de comportamento, queda no desempenho escolar, distúrbios do sono ou da alimentação, regressão de comportamentos, medos repentinos ou atitudes sexualizadas inadequadas para a idade podem indicar que algo está errado. Diante de uma suspeita ou relato, é essencial escutar sem julgar, acreditar na criança ou no adolescente e agir para protegê-los. A denúncia pode ser feita pelo Disque 100, nos Conselhos Tutelares ou diretamente às autoridades competentes.
A prevenção também depende de todos nós. Conversar abertamente com crianças sobre limites corporais, explicar que ninguém tem o direito de tocar nelas sem consentimento e reforçar que elas sempre podem pedir ajuda são atitudes que salvam vidas. Falar sobre abuso pode ser desconfortável, mas o silêncio só favorece o agressor, nunca a vítima. Quebrar o tabu é um dever coletivo.