
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirmou recentemente que não existe um nível seguro para o consumo de álcool. Qualquer quantidade ingerida pode aumentar o risco de diversas doenças, incluindo câncer, problemas cardiovasculares e doenças hepáticas.
O álcool foi classificado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) como um carcinógeno do Grupo 1, a mesma categoria de substâncias como amianto e tabaco. Isso significa que há evidências científicas sólidas de que o álcool pode causar diversos tipos de câncer, como câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, fígado, câncer colorretal e câncer de mama. O etanol e seu principal metabólito, o acetaldeído, danificam o DNA das células, favorecendo mutações que podem levar ao desenvolvimento de tumores.
Ao contrário da crença de que doses moderadas de álcool poderiam ser benéficas para o coração, estudos recentes apontam que qualquer consumo pode aumentar a pressão arterial e elevar o risco de arritmias, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. O efeito protetor do vinho tinto, por exemplo, é atribuído a compostos antioxidantes que podem ser obtidos sem os danos do álcool.
O fígado é um dos órgãos mais afetados pelo álcool. O consumo crônico pode levar a esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), hepatite alcoólica e cirrose, uma condição irreversível que aumenta o risco de insuficiência hepática e câncer de fígado.
Diante das evidências, a OMS reforça medidas de saúde pública para reduzir o impacto do álcool, como aumento de impostos, restrição à publicidade e limitação da disponibilidade.
Se decidir beber, faça isso com consciência. Mas é importante lembrar: quando o assunto é álcool e saúde, menos é sempre melhor.