
O transtorno de acumulação é caracterizado pela dificuldade persistente em descartar objetos, independentemente de seu valor real. Trata-se de um transtorno psiquiátrico que, em casos graves, pode comprometer a funcionalidade do dia a dia e representar riscos à segurança.
Segundo um estudo conduzido pela psicóloga Mary E. Dozier, da Universidade Estadual do Mississippi, a acumulação na terceira idade não está necessariamente associada à ansiedade diante de escolhas, como tradicionalmente se pensava, mas sim a um senso de responsabilidade em relação aos próprios pertences.
Para Dozier e colaboradores, quando as pessoas refletem sobre o que realmente é importante para elas, tendem a encontrar mais facilidade para decidir o que manter e o que descartar.
A pesquisa sugere que, em vez de questionar os motivos que levam alguém a guardar determinados objetos, é mais produtivo incentivar a reflexão sobre os impactos positivos do descarte. Estratégias como estabelecer metas de organização para diferentes ambientes da casa e identificar os valores emocionais atribuídos a cada item podem tornar o processo mais acessível.
Por fim, é essencial respeitar a subjetividade das decisões, tanto ao organizar os próprios pertences quanto ao apoiar alguém nesse processo. No entanto, em casos graves de acumulação, é recomendável buscar a orientação de um profissional de saúde mental.
Referência:
Dozier ME et al (2024) https://doi.org