
Muitas pessoas acreditam que, ao entrar em cuidados paliativos, o paciente não tem mais opções de tratamento. No entanto, essa é uma visão equivocada.
A médica geriatra Ana Claudia Quintana Arantes explica em seu livro A Morte é um Dia que Vale a Pena Viver que os cuidados paliativos não significam abandono, mas sim uma abordagem que busca oferecer conforto e proteção ao paciente. A própria origem da palavra “paliativo”, do latim pallium, remete à ideia de amparo.
Doenças graves causam impactos físicos significativos, mas o medo da morte e do desconhecido também geram intenso sofrimento emocional, tanto para os pacientes quanto para seus familiares. Diante de um quadro sem possibilidades de cura, o papel da equipe médica vai além do controle da dor: trata-se de aliviar o sofrimento emocional e proporcionar uma experiência mais digna e confortável.
Isso inclui um espaço de escuta e acolhimento, onde o paciente pode expressar seus medos e angústias.
Falar sobre cuidados paliativos é fundamental para desmistificar a ideia de que esse cuidado está apenas relacionado ao fim da vida. Na verdade, ele envolve respeito, qualidade de vida e um olhar integral para a história de cada indivíduo.